O fim é a poesia!

O fim é a poesia!

          Ei-la aos arredores dos vivos, ei-la nos aplausos aos mortos. A poesia assim como os sentimentos, e ações de nossos pensamentos derivados das mais diferentes formas, conclui-se em vastos modelos de escrever esta arte já há muito visto! O último suspiro, assim como o primeiro, inevitável, surpreso, leva-se consigo o conceito humano mais exato: a morte! Que os leitores não temam, nem assustem-se! Mas a estética poética nas últimas palavras, nos últimos olhares, no último suspiro, é carregado de um dos mais fortes sentimentos: a comoção!
            Shakespeare, foi um escritor, dramaturgo e poeta que muito usou desse recurso, aliando a grande sensibilidade e comoção, que o "final" tráz a todas as pessoas. Assim como o ser humano, há versos que dizem muito, expressando-se em longos trechos, cheios de exaltações, enquanto outros, mais tímidos, ocasionam-se em martírios quase mudos, sem muitas formas. Wertler de Goethe, também foi uma manifestação de como a morte na literatura, é banhada por uma atmosfera poética, expressando além do sentimentalismo muitas vezes de uma forma exagerada, levada ao extremo, assim como o sonho inatingível! O último momento, colocado em caracteres de ouro!
           Nos dias atuais, podemos perceber, como a poesia está presente nestes termos. Um dia frio, uma brisa que tráz consigo uma lembrança, uma saudade e logo pensamos em um poema, uma frase, um pensamento, que nos remete a um mundo particular, a um deserto interior que cada um tem. O fim da beleza, da vida, dos tempos, apesar de serem lúgubres, catastróficos e lamentáveis, são tão naturais, como o próprio começo de tudo! A exaltação da vida de um idoso, que trabalhou, lutou para viver e chegar á idade que tem, e que não ostenta a étera formosura que seus traços juvenis ostentavam é dígna de um poema! Assim como toda a vida e sua descendencia! O final de tudo como conhecemos é acompanhado de histórias, lutas, paixões, ódio, tentativas, recordações... etc! Enfim, tudo remete á história de um ser, de um país, de um ideal, de tantos outros motivos que se tem o ardor e o fulgor poético!
          A vida e a morte, andam de mão dadas na poesia! Assim como o poeta e sua imaginação!
          O fim das coisas humanas é a poesia! Ora tenebrosa, maléfica, rancorosa! Como Baudelaire e Cruz e Souza, que viveram a infelicidade, apesar do primeiro ter gozado de riquezas e o segundo da miséria. Mas ambos escreveram os desabafos de um final que se avistava em suas direções.
           Que me desculpem os críticos! Mas não há final sem poesia! Sem sua essência mesmo que oculta e personificada em outros termos!


                                                                      Oziney Cruz